5 de novembro de 2014

AQUELA LÁ DOS 32...





"Sempre em frente... Não temos tempo a perder...!"



Se eu disser que não sinto saudades daquela outra - aquela dos 22 anos - estarei mentindo!
Ah... ela era tão fabulosa! Ela era tão determinada... tão doce... tão briguenta... tão engraçada... tão inteligente... tão altruísta... tão jovem... tão... tão... tão tola!

Não, ela não tinha uma ruguinha sequer. Ela não usava nada além de lápis e rímel nos olhos. Nada além daquele perfume, aquele, o mesmo de hoje. Ela corria só. Vibrava. Sonhava. Ela era tão... tão... tão inexperiente! Mas ela era tão segura, tão segura de si.

Ela sabia tudo. Ela não precisava de conselhos... nem de ajuda. Nunca. Nunquinha mesmo. Ela era a melhor! Cigarro é só charme! - de cravo, o melhor, o pior para os pulmões -. 

Ei, você viu essa garota por aí? 

Eu vi! Mas ela passou tão depressa...!

Corre para não se atrasar! Já se atrasou.

Mas ela corria tanto... tanto...! 

Pois é... Acontece.

(...)

Eis que os meus 32 anos me remetem ao passado...

Aos meus 12 anos (Ovada na porta da escola e festinha surpresa à tarde com as amigas mais queridas! - e esse tipo de lembrança é que faz a gente esboçar um sorriso toda vez que sente a alma vazia -). Dessa outra - aquela menina - eu nem tenho muito o que falar. Ou teria toda a eternidade. Mas deixa ela lá, quietinha, aprendendo a trocar as bonecas pelas dores da vida. Ela vai demorar um pouco para aprender... 

Aos meus 22 anos! A noite tumultuada do meu aniversário... - melhor não lembrar! -

Há muitas outras coisas para lembrar... O resto todo do ano, por exemplo. O ano em que os 22 reinaram, glamourosos e donos de si! Ah... esses sempre desejam e merecem ser lembrados!

Entretanto, qualquer palavra hoje seria desnecessária para o passado, afinal, ele está lá, onde sempre esteve e sempre estará. Imutável e inerte, mas sempre a se movimentar em meus devaneios...

E não é que hoje é meu aniversário?... Outra vez!

Hoje, os 32 pesam! (Tá, vamos corrigir...)

Hoje, os 32 pesam. (Ainda não...)

Hoje, os 32 pesam... ('Reticências' e toda sua leveza! Melhor agora.)

Mas que peso é esse? O peso dos dez anos que se passaram desde os 22, ou o peso dos vinte anos que se passaram desde os 12? 

Hum... Pensando bem, a retrospectiva solitária faz perceber que não há tanto peso assim. Tudo está na balança como deve estar, equilibrando-se entre as horas e os fatos do tempo. 

Pensando bem... aquela outra - a dos 22 anos - aquela menina-mulher - ainda está lá e para sempre estará. Como ela deve estar. Como ela deveria ter estado. Como ela esteve.

Olha lá, lá vai ela com seu cabelo comprido... caminhando sem direção! 

Sem maiores perguntas, por favor! Não gosto de dar satisfações. Estou na minha direção... e não sei para onde vou. Sem planos para o futuro. E sei muito bem para onde vou. Li e assisti "Olga" e repito: Eu ainda não sei o que quero, mas sei muito bem o que não quero.

Botas pretas no melhor estilo Amélie Poulain, meio coturno punk-rebelde, meio menina tímida-ruiva que sofre bullying.

Lá vai ela em busca de ver a vida, de se sentir viva, vai em busca de um sonho, de mudar o mundo... vai em busca de si. 
Entre passos e compassos... música, revolução. Ela vai ser a melhor professora do mundo! Ela vai fazer a diferença. Caminha com seu jeans rasgado e seu cinto preto de estrelinhas...
Ela canta. Ela faz graça! Ela se apega! Ela esnoba! Dança-do-ventre aqui... Um sonho a mais ali... Marjorie Estiano... Karaokê... Altas caminhadas... Avenida... Linha 70 Fundação... Sonhos... MSN... Telefone... Orkut... Deixa ela. 
Sonhos. Sem rumo. Sorte. Sem direção. Descompasso.
Lá vai ela com seu cabelo comprido.

Deixa ela lá, quietinha. Deixa ela lá... aprendendo a separar o joio, o joio do trigo. A razão, do orgulho. A paz, da tormenta. O amor, do engano. O essencial, do supérfluo. 
Ela vai demorar um pouco para aprender...

(...)

E esta outra aqui? - a dos 32 anos - esta mulher-menina - .

Ah... Espere um pouco. Ela está um pouco atrasada... - é, parece que é de nascença mesmo. ela ainda se atrasa, quase sempre. -

Ela deve estar estudando! Ela está sempre estudando... 
Ah, você não sabia? Ela está fazendo a segunda faculdade... É, fora as outras duas que ela não terminou. Diz que dessa vez vai até o fim. 
Ela gosta mesmo dessas paradas de organismo, metabolismo, neurônios, sangue, vida, vilões e mocinhos invisíveis que brigam dentro do nosso corpo, entende? Ela sempre gostou. Desde criança queria ser uma artista-cientista. Era o que ela dizia... 

E aí, ela já chegou? 

Ainda não! Tá chegando... Calma!

Ela demora um pouco mesmo. É que ela pensa muito. Ela sente muito. 
Ela está atrasada. Ela sente muito.

Deve ter parado em alguma livraria, sebo ou coisa do tipo... Ela adora se perder por entre as prateleiras e imaginar todas aquelas histórias acontecendo ao mesmo tempo... Ficar aflita com a quantidade de palavras que existem ali e que ela nunca, nunca, daria conta de ler!

Talvez ela esteja deitada debaixo de alguma árvore, na beira de um lago, planejando suas viagens... Posso vê-la sorrindo, ansiosa, quase com lágrimas nos olhos, só de imaginar toda a formosura do Taj Mahal diante de seus olhos... É, é isso. Ela deve estar traçando as suas próximas rotas!

Ou quem sabe ela só tenha parado mesmo para comer alguma coisa... um doce. 

Mas também tenha um pouco mais de paciência... Ela está mais cansada que as versões anteriores!

Algumas coisas mudam com o tempo... envelhecem... transformam-se...
Outras, nem tanto...

Sabe, ela usa Renew e tem enxaqueca quando fica nervosa ou dorme pouco. 
Mas ela ainda escuta Chão de Giz e fica viajando, sozinha, debruçada numa janela qualquer...

Ela tem dor nas costas e acorda com olheiras de fazer inveja ao Nosferatu.
Mas ela ainda faz os melhores bolinhos de chuva do mundo!

Ela não consegue se manter magrinha comendo muito - como a sua versão anterior fazia -.
Mas ela entende muito mais de alimentos funcionais, yoga e meditação, do que todas as suas versões anteriores.

Ela rejeita convites para baladas que vão até às 4h da manhã...
Mas não recusa uma sessão de cinema à meia-noite.

Ela perdeu alguns discos ao longo do tempo e das mudanças de casas...
Mas ela ainda se emociona ao ouvir o som de um violino tocando sua música preferida!

(...)


Oi! Cheguei!
E aí, perdi alguma coisa?
Desculpem, sabe como é... trânsito... transporte público. 
Ainda não comprei meu Smart. Mas chego lá.

Vim dançando mesmo, num mergulho profundo...! E no caminho encontrei muitas nuvens... e vagalumes prenderam minha atenção, como sempre fazem! Aqueles lindos e mágicos bichinhos! Ah...! Aposto que eles têm um plano secreto com as joaninhas! Eles querem dominar o mundo! É muito encanto!

O quê?
Ok! Sem metáforas, abstrações e devaneios por hoje. 
Na verdade, estou com pressa. Só vim mesmo para dizer algo muito importante. 
Na verdade, vim para dar um recado. 

Vim dizer para aquela outra, - não, não essa, a outra, aquela dos 42 anos - que ela não precisa se preocupar não. Que eu estou cuidando de tudo por aqui. Sério. Estou preparando as coisas para ela.
Sim, confesso que muitas coisas se perderam no caminho... Assumo que versões anteriores deixaram escapar algumas pérolas, alguns diamantes, e que algumas lindas pétalas secaram. Mas quero que ela saiba relevar e compreender, pois não foi por mal. Na verdade, a gente sempre acha que está fazendo a coisa certa na hora certa... só que lá na frente percebemos que não era bem assim.
Mas não importa. O que passou, passou. A dor que doeu, já está doída. E se ela doer de novo, aí mesmo do auge dos 42, quero que ela saiba que tenho uma receita infalível...

Então lá vai... Preste atenção: Ouça a música Tempo Perdido e feche os olhos. Lembre-se de tudo! Daquela rua... Isso! Essa rua mesmo! Lembrou? Agora lembre daqueles sábados de sol voltando do curso de desenho e de como tudo parecia mais bonito só porque era final de ano. Aposto que a essa altura você já está lembrando daquela música também... Sim, aquela com o Placido Domingo que você adorava. Agora concentre-se! Volte-se para si mesma um momento. Consegue ver tudo o que se passou naquela época? O panetone, o céu azul, as árvores balançando com o vento... Isso! Agora vá adiante... ano após ano... vá recordando e sentindo cada momento, as festas, os sorrisos e as lágrimas. Viu só? Lembrou de quanta lágrima já despencou desse corpo aí? Pois é! E vai desistir agora? Logo agora? Não. Não vai. Sei que não vai.  
E no final, você vai perceber que tudo foi como devia ser. 

Ah, sim! Estou ralando muito, viu? Decidi levantar e seguir em frente! É verdade que tem muita gente estranha à minha volta e eu me assusto às vezes, mas não posso ficar parada vendo a banda passar! Estou em busca de tudo o que você já vai ter conquistado, viu? Espero que olhe para as fotos da sua vida com muito carinho e gratidão, pois foram anos incríveis! Especialmente para as viagens que você fez para Cancún, Índia, Itália e França, pois estas foram as primeiras que você fez para fora e você ainda não tinha seus lindos filhos. Falando nisso, mande um beijo meu para eles! Leonardo e Maria Isabela! Tão lindos, inteligentes e amorosos! É para eles também que estou preparando as coisas por aqui... Lembre-se sempre do quanto eu esperei por eles!

Do coração nem preciso perguntar... Sei que está feliz da vida! Sei que ele está bem aí ao seu lado, perfeito para você, como nos seus sonhos... E sei que dele é o teu coração. Enfim... Você mereceu!

E os cursos? Os livros? Os filmes? As músicas? Nossa! Eu posso imaginar quantas coisas belas e inspiradoras você já viu! Imagino quanta coisa você já fez! Você nunca para! Espero que tenha dançado muito! Espero que tenha sido muito útil também! Espero que tenha amado muito! E perdoado a quem lhe fez mal! Espero que tenha compartilhado coisas boas com as pessoas e que tenha engrandecido seu espírito! Espero que esses dez anos tenham sido incríveis! Tanto quanto os últimos que vivi também foram!
Ah! Tem mais uma coisa: Cuide bem desse seu trabalho ma-ra-vi-lho-so, hein? Eu escolhi a dedo para você! Trabalhei muito para que você pudesse, finalmente, se sentir em paz! Passei por tantos lugares e situações que você nem imagina! Conheci tanta gente! Vivi tantas coisas! Mas valeu... Toda a sua bagagem está aí, ao seu lado! Servindo-lhe de suporte e alicerce em todos os momentos.
Bom... agora eu vou indo, estou com um pouco de pressa. Sabe como é, hoje é meu aniversário e eu preciso apagar as velinhas! Afinal, a gente só  faz 32 anos uma vez na vida, não é mesmo!?
Feliz aniversário para você também! Nos vemos no futuro!


(...)

Sabe, aquela menina - aquela lá dos 22 - realmente era tola... E, como diria Steve Jobs, faminta! Tola e faminta. Ela errou bastante, mas acertou muito também. Ela acumulou uma bagagem inigualável. Hoje quem carrega essa bagagem é a dos 32... E quer saber? Ela continua tola. Sim, ela continua tola e faminta! A diferença? Ela sabe muito bem o que quer! 

Ela sabe muito bem o que quer! E se engana quem pensa o contrário. 

E como o discurso de Steve Jobs é bastante motivador... Vamos assistir outra vez...!




Sejam tolos... Sejam famintos!



(...)



"Aprendi que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou."
(Charlie Chaplin)



Agradeço a todos que passarem por aqui, hoje ou em outro dia qualquer... 

 Hoje é dia de festa! 

Feliz aniversário para mim e para todas as pessoas que nasceram nesse mesmo lindo dia! ; )





Obs.: Tempo Perdido é a música que não pode faltar no aniversário! : ) Desta vez eu escolhi essa linda versão acústica para embalar meus devaneios "aniversarísticos"! Espero que tenham gostado! Eu amei!


Merci et à bientôt!


23 de setembro de 2014

É PRIMAVERA...!



"...Abelha fazendo o mel
Vale o tempo que não voou

A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou..."





Ah... a primavera!

Tão certas quanto as palavras da linda letra de Beto Guedes, são as coloridas e perfumadas energias que a primavera nos traz...!

E eu, que vivo querendo um tempo maior para escrever aqui, hoje dei um jeito de driblar a correria para registrar as minhas impressões sobre essa linda estação que começa hoje...!

Escrevo porque ela é especial! Não só porque é a estação do meu aniversário e não só porque é a estação que precede o período mais alegre do ano, que é o verão. Mas também porque ela representa o reflorescer... da natureza e da vida em si! E por este bom motivo, ela me inspira a escrever!

Tecendo considerações "wikipedianas"...

"A primavera do hemisfério norte é chamada de "primavera boreal", e a do hemisfério sul é chamada de "primavera austral". 
A primavera é a estação do ano que se segue ao inverno e precede o verão. A "primavera boreal" tem início a 20 de março e termina a 21 de junho. A "primavera austral" tem início a 23 de setembro e termina a 21 de dezembro. É tipicamente associada ao reflorescimento da flora e da fauna terrestres. Nos países da América do Norte, a neve derrete e muitos animais acordam depois de dormirem durante o período mais frio do inverno.
Do ponto de vista da astronomia, a primavera do hemisfério sul inicia-se no equinócio de setembro e termina no solstício de dezembro, e no caso do hemisfério norte, inicia-se no equinócio de março e termina no solstício de junho. Como se constata, no dia do equinócio, o dia e a noite têm a mesma duração. Durante a primavera, os dias são mais longos e a temperatura mais elevada que no inverno. Porém, em países tropicais como o nosso, em muitas regiões, a primavera não traz muitas alterações no clima quando comparada ao inverno, principalmente se ele não tiver sido muito rigoroso."





Holi, o Festival das Cores, realizado na Índia, para comemorar a chegada da primavera.



Veja só... 
Muito já foi plantado e construído até agora... A semeadura foi longa e esperamos com paciência para ver brotarem da terra as flores que escolhemos! Agora o inverno fica para trás... 
Agora iremos, pouco a pouco, sair de nossos 'iglus interiores' e observar o nascer do sol sob outro prisma... 
Ingressamos num período de renovação de energias e concentração para alcançarmos as metas estabelecidas para o final do ano! E o melhor: Sob as cores, perfumes e inspiração da mais romântica estação do ano...!

Sim, é tempo de estudar... de trabalhar... de manter o foco... de se dedicar!!! Mas tudo isso dentro de um astral todo especial que nos é oferecido pelo Universo a partir de agora...






Já há algum tempo temos nos dedicado a um processo de reconstrução que conduzirá sabiamente e docemente ao verão! Verão que representa a realização e a alegria!

Todas as sementes plantadas já começam a brotar e se preparam para desabrochar em lindas flores...! Ainda estamos no caminho que levará a algo melhor e maior, mas agora com mais coragem, força e determinação! Somos agraciados por essa nova estação que chega e nos acolhe de forma especial... com os melhores aromas e as mais sublimes esperanças...

Em meio às cores, flores e belezas, vai nos aquecendo e nos inspirando a sermos e fazermos o nosso melhor! Rumo à vitória que já é (e sempre foi) nossa!

Exatamente como diz o poeta... "Abelha fazendo o mel, vale o tempo que não voou"... 
Pois vamos fazer o mel que essa é a hora!

E quanto a voar? Voemos, por enquanto, na imaginação, nos sonhos e no esforço nosso de cada dia!

Que toda sutileza, leveza, energia e beleza dessa estação, possa servir para nos fazer lembrar, sempre, que os momentos de tristeza e desânimo são passageiros e que podemos transformar todas as coisas! (Por pior que pareçam!).

Sobre isso, com grande sabedoria, Louise L. Hay escreveu: "Estou fazendo o melhor que posso e, mesmo que eu atualmente esteja em uma encrenca e tanto, de algum modo sairei desta."

Assim devemos conduzir nossos pensamentos! Com afirmações positivas... de dentro para fora e de fora para dentro!

E como também canta Beto Guedes...


"Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho

Mesmo assim não custa inventar
Uma nova canção
Que venha nos trazer
Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender..."


Só nos resta aprender. Só nos resta usufruir das incontáveis dádivas que a primavera nos traz... e seguir adiante!

Feliz estação a todos!






Merci et à bientôt!

29 de abril de 2014

ABRIL...





Abril... 
Ah... abril!!!

Tantos pensamentos...
Tantos sentimentos... 
Tantas sensações entre o céu e a terra do meu próprio universo...!

Ideias... Ideias no papel! Talvez lá ficarão. Talvez apareçam por aqui em outra oportunidade...

Mas este, este mês que preconiza, com tanto vigor, as felicidades vindouras, não poderia passar em branco aqui neste meu espaço! Sendo assim, deixo a dica de um lindo blog e, consequentemente, presto uma singela homenagem a ele...


http://wwwceudeabril.blogspot.com.br/


Culpando minha própria falta de tempo (sempre o Tempo), encontro consolo ao poder compartilhar as coisas tão bonitas que o "Céu de Abril" abriga. 

Um beijo para quem, eventualmente, passar por aqui! 

Bons ventos de finzinho de abril e início de maio soprem sobre sua vida!



Merci et à bientôt!



30 de dezembro de 2013

BEM-VINDO, 2014!


Adeus, 2013!

E então chegamos ao fim...

Foi um longo ano. Foi um ano que passou bem depressa. Foi uma coletânea de aprendizados e autoconhecimento.

2013... 2013... 

O que dizer a seu respeito?

Não foi um ano qualquer! Nenhum ano é um ano qualquer... Mas você foi diferente. Foi muito mais do que uma simples sucessão de dias, semanas e meses... 
Foi um turbilhão de emoções e verdadeiras lições! Foram lutas das quais eu sobrevivi. 

E a primeira anestesia geral a gente nunca esquece...

Em 2013... 

Eu andei pela primeira vez (e última, eu espero) numa ambulância...
Eu me senti amada por uns e odiada por outros...
Eu me senti humilhada e triste, mas também me senti especial e reverenciada...
Eu experimentei sentimentos dos quais nunca me esquecerei...
Eu vivenciei, mais do que nunca, o amor incondicional...
Eu recebi cartas, mensagens e ligações anônimas com ofensas gratuitas...
Eu recebi cartas, mensagens, poemas e ligações de amor e admiração...
Eu estudei e trabalhei duro...
Eu me quebrei diversas vezes...
Eu juntei os cacos e me colei outras tantas vezes...
Eu me perdi e me achei infinitas vezes...
Eu descobri, verdadeiramente, o que gosto e o que não gosto...
Eu percebi, finalmente, que mereço só o que há de melhor na vida...


Ainda sentindo os efeitos do Retorno de Saturno, vivenciei o desfecho de um ciclo. Senti aquela-última-espremida-no-limão-antes-de-jogá-lo-fora! A terra tremeu e assentou-se ao meu redor. 

2013... 

"Você não sabe o quanto eu caminhei pra chegar até aqui... Percorri milhas e milhas antes de dormir... Eu não cochilei.."

Foi o ano em que eu finalmente me encontrei com minha amada Biomedicina!

Quanto tempo de encontro às escondidas...! Quanto tempo!

E, finalmente, nos encontramos... nos olhamos... face a face... e nos descobrimos uma na outra! E eu agradeço a ela por ter estado presente em minha vida durante esse ano... 
Eu agradeço por ter me dado o sopro de frescor e paixão que só ela poderia me dar!





Mas em breve eu dedicarei um post somente a ela... Por hoje, basta apenas o meu eterno agradecimento!


2013... 2013...

O que dizer a seu respeito?

Tantas vezes eu me senti tão fraca!

E no fim eu descobri toda a força que havia em mim!

Como a Fênix, renasci das cinzas! Renasci das cinzas...

E agora você se vai... 

Você me deixa uma cicatriz na barriga... e algumas outras na alma. 

Mas você também me deixa todas as luas brilhantes e maravilhosas que pude contemplar...

Hoje eu me despeço de você. Hoje você se despede de mim.

Obrigada, 2013, por me ensinar a ser uma pessoa melhor e por me mostrar que a força sempre esteve comigo!

Você se despede com medalhas de honra...

Medalhas de guerras travadas, muitas vezes, contra sua vontade...

Agora, a você, só a honra e a memória...
Agora pode descansar para sempre...
Descansará sabendo, a qualquer tempo, que mesmo em meio à toda luta e sofrimento, não perdeu a sua integridade, não se vendeu, não se entregou. 







E quanto a você, 2014, meu querido...

SEJA MUITO BEM-VINDO!!!

Eu espero por você há muito tempo...!







P.S.: Desejo a todos um ano realmente novo! Um ano de alegrias e muito, muito amor!

Agradeço a todos que estiveram ao meu lado nesse ano que está terminando, que me ajudaram quando precisei, que me apoiaram, que me escutaram, que foram pacientes e indulgentes comigo, que me ofereceram amor e amizade, que me ajudaram a compreender coisas que eu não compreenderia sozinha. Muito obrigada!

E agradeço a todos que, por acaso ou intenção, tenham lido meus devaneios nesse finalzinho de ano...!

Para encerrar, como não poderia ser diferente, amorosamente eu compartilho com cada um que passar por aqui, o maior ensinamento que 2013 me deixou...

Nunca se esqueça e nunca pense o contrário...




A força está sempre com você! 





Feliz Ano Novo!

26 de dezembro de 2013

AS CASAS ONDE MOREI...


"A gente cresce num instante. Um dia, estamos de fraldas. Noutro dia, vamos embora. Mas as recordações da infância ficam conosco por muito tempo. Lembro de um lugar. De uma cidade. De uma casa, como uma porção de casas. De um jardim, como uma porção de outros jardins. De uma rua, como uma porção de outras ruas. A verdade é que depois de tanto tempo, ainda me recordo. Foram anos incríveis!" (Kevin Arnold)


Engraçado! Eu não passei toda a minha infância e adolescência na mesma casa, na mesma rua, na mesma cidade... Eu me mudei várias vezes. Entretanto, tenho a sensação de que passei a minha vida toda em cada uma das casas onde morei! Deve ser porque carrego um pedacinho de cada uma delas dentro de mim... e porque também deixei um tanto de mim dentro delas...


(...)


Ah... Eu ainda me lembro daquele piso de caquinhos vermelhos! Eu me lembro do portão branco e baixinho, da umidade nas paredes, da sala escura, do carpete antigo e da cozinha de azulejos verdes! Ela está lá até hoje... Reformada, mas está. No Planalto Paulista, próximo à Saúde, em São Paulo.

Eu me lembro do enorme quintal, com direito a um matagal imenso! (Para uma criança, era uma floresta. Uma floresta encantada!). Naquele matagal, que era a parte de trás do quintal, passei infinitas tardes! Quantos mistérios escondidos em meio àquelas árvores! Quantos cantinhos, flores, passarinhos e bichos esquisitos me fizeram companhia enquanto eu brincava naquele balanço improvisado... Quantas aventuras e histórias! 

Lá eu brinquei, sonhei, chorei, senti medo, me escondi... Lá eu cantei músicas e mais músicas compostas por mim mesma. Lá eu comi as melhores amoras do mundo, colhidas do pé.

Foi lá que meu pai enterrou nosso gato que morreu envenenado. Eu devia ter uns seis anos... Foi a primeira vez que vi meu pai chorar...!

Foi lá que eu berrei para que minha irmã mais velha viesse me salvar de uma taturana que cruzou o meu caminho e me paralisou de medo. (Só para constar, minha irmã me salvou e eu serei eternamente grata a ela por isso! Ainda que ela tenha rido da minha cara por anos e anos).

E o corredor? O maior e mais assustador corredor que eu já vi! 
Eu ainda me lembro... As noites escuras, o frio na espinha, o medo, a cabeça coberta pelo cobertor. E tudo o que eu conseguia pensar era: Por que justo a minha cama tem que ficar encostada na porta, ao lado do corredor!?

Tinha também o "escritório" do meu pai, onde ele desenhava seus projetos e ensaiava com a sua banda. Era lá que eu dançava minhas coreografias próprias, que eu ouvia minhas fitas e discos (A trilha sonora nacional da novela Rainha da Sucata foi o primeiro vinil que ganhei na vida!)... Músicas memoráveis, lembranças inesquecíveis!

E um dia fomos embora...

Eu me lembro do último dia que passei naquela casa... 
Sentada no meio do quintal, na mesma cadeirinha que serviu de mobília em tantas brincadeiras de casinha... Tomando um copo de leite, pensando na vida. Na minha pequena vida. Na vida que eu vivi ali por dez anos, ora assistindo Rá-tim-bum, Mundo da Lua e Glub Glub... ora brincando de Barbie, andando de bicicleta e brincando de elefante colorido na rua...

Lembrava de tudo que acontecera naquele quintal. Das bandeirinhas coloridas e das fogueiras de São João que ali fizemos. Da piscina de lona nas tardes quentes. Das festas de aniversários em que meu pai fazia verdadeiras gambiarras (dignas de MacGyver) para que tivéssemos luz e som... Da bagunça na cozinha enquanto minha mãe fazia bolos na batedeira azul... Da copa onde eu fazia as minhas lições de casa... Da árvore de Natal com luzinhas tão bonitas como nunca mais eu vi! Daquela sacadinha onde eu ouvi pela primeira vez a musiquinha do caminhão de gás... Das chuvas de verão em que minha mãe deixava a gente se molhar... Das vezes em que me debrucei na janela do quarto só para observar a lua cheia e o mato cheio de vagalumes. 

Assim eu me despedi daquele quintal, daquela casa, daquela rua, dos meus amigos e parentes, das histórias e mais histórias que ali vivi...

Mais de vinte anos! 
Mais de vinte anos e, nos meus sonhos, eu ainda moro naquela casa. 




 Em frente à casa com minhas irmãs e uma amiga.




Na sacadinha com minhas irmãs...





 Na copa com minha avó, meu pai, minha mãe e minha irmã.





E para quem não acreditou que parecia uma floresta... Aí está!!! 



Well... Vida de "cigano" é uma aventura... e muitas outras casas vieram depois! 


A primeira casa em que morei quando me mudei para São Bernardo também deixou saudosas lembranças...
Um lindo jardim, um quintal (não tão grande como o anterior, mas bem aconchegante), uma rede na garagem... 
Ali ainda havia inocência... Ali ainda não precisávamos de grade nas janelas... Ali ainda ouvi o disco da Xuxa algumas vezes... 

Foi lá que eu assisti Anos Incríveis e Confissões de Adolescente pela primeira vez!
Foi lá que completei meus 15 anos! 
Foi lá que passei minhas primeiras noites em claro estudando matemática. 
Foi lá que meu pai melhorou de vida e trocou a Brasília pelo Gol. 
Foi lá que eu ouvi pela primeira vez os Smashing Pumpkins! 

Eu nunca me esqueci daquela casa, daquela ruazinha sem muito movimento... Do sonho daquela padaria que ficava na esquina (O melhor sonho que já comi!)... Das tardes com as amigas, assistindo Disk MTV... Do banheiro nos fundos, onde eu chorava escondido todas as angústias dos 12 anos... dos 14 anos... dos 16 anos... Do outro gato que morreu envenenado e, dessa vez, eu que já tinha maior entendimento das coisas ruins da vida, desejei todo o mal ao assassino. Dos paralelepípedos que ainda sobreviviam ao tempo.

Foi uma casa realmente especial!





Com 10 anos, logo que nos mudamos... (Acho que eu era hiperativa!) :p





No quintal com as amigas! (Algumas fotos me fazem pensar que o Tempo foi generoso comigo, apesar de tudo! Rsrs...)





Família reunida na sala, em algum aniversário...


Depois dela veio uma de curta duração, mas que marcou a minha adolescência...

Dela eu fugi no meio da noite para ir à uma festa que minha mãe havia me proibido de ir... 

Nela eu chorei a dor do primeiro namoro desfeito... 

Nela eu assisti ao parto da minha gatinha e me encantei com os filhotes! (Nesta casa nenhum gato morreu! Ufa!)

Mas foi nela que perdi minhas duas avós... Uma (avó materna) justamente no meu quarto, na minha frente, me mostrando que na vida, muitas vezes, simplesmente somos impotentes, não temos poder para impedir que algo ruim aconteça!

Mas foi lá também que ela passou o último Natal da sua vida, junto às suas irmãs (Encontro que há muito tempo não acontecia), junto de nós, ouvindo a trilha sonora da novela Terra Nostra e lembrando de suas histórias de vida! Aquele foi um Natal feliz...

2 anos e meio! Bum! Uma enxurrada de coisas, com direito a festas e funerais! 



Família reunida na sala de jantar... (Eu com cara de "em outro planeta") :p



Com meu tio e minha querida avó, em seu último Natal conosco...




Passou... E lá fui eu mudar de casa outra vez...

Ah... Aquela casa! Difícil falar, sem emoção, sobre a casa onde vivi os melhores anos da minha juventude... 

Como esquecer daquela janela linda na cozinha? A janela lateral... 

Como esquecer das idas e vindas da faculdade? Das noites no quartinho dos fundos, conversando no msn e reencontrando pessoas no orkut... 

Das festas que nunca fiz (Eu já não estava na época de festas de aniversário cheias de gente!)...

Da feira na frente de casa, atrapalhando o entra-e-sai na terça-feira e alegrando a hora do almoço com pastel de palmito... 

Da rua de baixo, do Bar do Bolinho, onde aquele garoto me viu passar apressada e quase caiu da bicicleta!

Da Mary Jane, a gatinha que se convidou para fazer parte da família, e que está conosco até hoje!

Do Belchior e do Zen... Os outros gatos que se tornaram membros da família... (Belchior é meu filho para sempre, mesmo não morando mais comigo!)

Daquele tocador de violão bêbado que cantou "Esqueça" enquanto eu, triste, subia a rua no meio de uma noite qualquer... 

Das aulas de dança-do-ventre que eu treinava sobre aquele carpete de madeira bonito! (Foi a primeira vez que morei em uma casa com carpete de madeira!)...

Das estrelas no céu e das luzes na casa do vizinho-meio-maluco que eu observava da janela do meu quarto...

Do esboço das aflições da vida adulta...

Nela eu também deixei muito de mim... Dela eu também levei muita coisa!




Mais uma vez, família reunida na sala...




A janela da cozinha... onde eu me sentava... e o Zen também! : )





Eu e o Belchior no quintal... Ambos no auge da juventude! : )



E então veio a última casa... A última casa com a família!

Nela eu passei pouco tempo...

A casa onde eu concluí o TCC da faculdade de Pedagogia... 






Com as amigas no meu aniversário de 26 anos... 



Nela eu me despedi da juventude... arrumei as malas e fui embora.

... E para ela eu voltei quando o barco virou!

(Parênteses para esclarecer que, entre a saída e a volta, houve outras três casas...
A casa onde deu-se a reviravolta...
A casa onde o mundo caiu...
A casa onde juntei as coisas e saí...)

Mas essa parte da história a gente pula...

E de volta ao antigo lar...

Aquele quarto nos fundos (Meu primeiro quarto só meu!)...

Primeira impressão do retorno descabido: Socorro! 

Lembranças... Aquelas horas incontáveis de planos para o futuro e a tão ilusória sonhada vida que estava por vir!

Aquelas horas incontáveis de desolação quando voltei de cabeça baixa e olhar perdido...

O mesmo velho quarto...!

Ele me acolheu como pôde e me disse: Chegou a hora de exorcizar os fantasmas! Engula o choro porque você vai perder o medo do escuro! 

Foram meses que pareceram anos... 

Foi o meu tempo Comer, Rezar, Amar.  Foi o meu tempo Sob o Sol da Toscana.

E aí... acabou!




E então eu fui embora... num belo dia de sol! A porta aberta me convidava a sair para uma nova vida! Não guardei o pranto escorrido pelas paredes e nem as angústias dos domingos frios e chuvosos... Dela levei somente o que foi bom... E assim pude deixar somente flores!


De malas definitivas nas mãos, lá fui eu outra vez...

Minha casa! 

Agora eu estou realmente só! 

Bem simples. É o que temos para hoje...

Criei asas. Voei.

Dizem que o início sempre dá medo... Eu concordo.

Medo? Mas que medo carrega um sobrevivente de guerra? Nenhum. Talvez o susto ao ouvir de longe um barulho de qualquer coisa estourando... 

Receio, eu diria. Mas passa! Passa rápido!

Ela é o meu lar agora. A ela todo o meu agradecimento. 
Ela me presenteia com uma bela vista. 
Ela me deixa ver a lua cheia e um lindo nascer do sol. 
Ela me espera, pacientemente, todos os dias. 
Ela parece dizer: Não toque na minha inquilina! 

Nela eu posso cantar todo o meu desafino. Nela eu posso ler. Nela eu posso dançar enquanto penduro as roupas no varal de chão. Nela eu posso escrever. Nela eu posso chorar quando-ta-escuro-e-ninguém-te-ouve. Nela eu posso sonhar novamente. Ou não.

Além do mais, a geladeira é só minha! : P

...E vou vivendo a minha plena solitude! Vivendo com meus três gatos: Íris, Ravi e Amim. (Sim, está comprovado que os animais compartilham o carma com seus donos! "Felinos, façam as malas! Vamos colocar o pé na estrada outra vez!")... Rsrsrs

Nela eu não tenho mais medo do escuro! (A profecia era verdadeira!)
Nela eu sei que grandes coisas acontecerão... 

Eu sei o papel que ela está tendo em minha vida. 
Eu sei que ela é provisória. E eu serei eternamente grata a ela. 



 E com esta vista... do que mais eu preciso?




Entardecer... Sol... Lua... Vento...



Céu e brisa...



Ah... a Lua! Vira e mexe ela vem me fazer companhia... e me encantar!



Sentindo o ventinho da noite e apreciando as luzes... Momento inspirador!




E por tudo isso, eu agradeço a ela... a todas que passaram... e a todas que virão!



Como diria Dorothy...

"Não há melhor lugar que o nosso lar!"







P.S.: Nasci na cidade de Alta Floresta, no Mato Grosso, e lá morei em duas casas... Entretanto, como eu me mudei para São Paulo com pouco menos de 2 anos de idade (um bebê), não me lembro de nada! (Devo ter alguma foto em algum lugar e prometo colocá-la aqui!). Ainda assim, apesar de não ter recordações daquela época, tenho certeza que o clima bucólico da minha terra natal influenciou (e muito) a minha natureza!




Merci et à bientôt!