Diziam os poetas...
"O tempo não para!"
"Porque o tempo é mercúrio-cromo, e tempo é tudo o que somos!"
"Time is never time at all...!"
"O tempo não para!"
"Porque o tempo é mercúrio-cromo, e tempo é tudo o que somos!"
"Time is never time at all...!"
O tempo passou por mim como o aço de uma navalha...
Não tive medo. Bebi o tempo! Ele me consumiu.
Algumas vezes relutei... Noutras me entreguei.
Dançamos como dançam as estrelas, imóveis. Aparentemente imóveis.
Em nosso ballet houve plateia e música, mas não houve coreografia.
Um ensaio de erros e acertos sem data de estreia.
Eu bebi o tempo e ele me consumiu!
Há seis anos eu criei este blog! Há seis anos eu me vi num borbulhar de ideias sem fim...
Era final de outubro...
Era final de outubro...
E assim ele nasceu: "O tempo e a solitude..."
Há seis anos eu guardei rascunhos numa gaveta e a tranquei.
O tempo passou... Eu passei...
Hoje sei que melhor nome não havia.
Eu nunca imaginei como o tempo me enriqueceria de ideias, palavras, sentimentos, sensações...
É engraçado constatar que, na época, eu não sabia que nós dois passaríamos assim, tão depressa. Eu não sabia mesmo. E eu não sabia que, entre nós, realmente haveria uma terceira companhia...
Solitude!
Muito mais que solidão...
Solidão poética. Estado de quem está só, ainda que não esteja...
Não é somente a solidão do abandono, embora esta também esteja impressa nas páginas da minha vida...
Não é simplesmente a solidão de quem mora sozinho, tampouco de quem congela os pedaços de pizza que sobraram, porque duram muito tempo...
É a solidão de quem compartilha com as estrelas uma sessão de cinema...
É a solidão de quem dança lindas melodias com o vento...
É a solidão de quem compartilha com as estrelas uma sessão de cinema...
É a solidão de quem dança lindas melodias com o vento...
É a solidão de quem conta às paredes as impressões causadas por um bom livro...
É a solidão de quem cantarola aquela bela canção e ouve os pássaros acompanhando...
É a solidão de quem escreve seus devaneios para si mesmo...
Ah... Solitude!
Eu me lembro daquela noite...
Na sala vazia e quase escura, a luz da tela de um notebook mantinha os olhos abertos...
Era um sofá de três lugares... E eu, com as pernas encolhidas, ocupava apenas um terço dele.
Eu, o tempo e a solitude. Estávamos juntos e sós.
Eu pensava exatamente em como nós estávamos condenados à velha tríade.
Foi quando recebi aquela mensagem...
Calorosa companhia-surpresa para a minha noite...!
E o que havia de tão especial nela?
Bem... Além de todo o resto...
Um vídeo com uma das músicas mais bonitas da Billie Holliday...
Tamanho espanto aquilo me causou! Seria possível alguém ler meus pensamentos? Seria possível alguém também gostar daquela música como eu? Que adorável criatura seria capaz de enxergar meus segredos mais ocultos...?
A mesma adorável criatura que confessou adorar o título e a ideia do meu blog e que me incentivou a escrever algo nele...
E o que eu dizia? "Difícil... O tempo minguou minhas ideias... Acho que terei sempre um blog fantasma."
(Ora! Que bobagem a minha! Ainda não havia notado que o tempo apenas enriquecera meus sentimentos e minhas ideias...)
E, naquele momento, eu agradeci. Eu agradeci em silêncio. Eu agradeci ao saber que, em algum lugar distante, alguém sentia as minhas lágrimas.
E, naquele momento, eu agradeci. Eu agradeci em silêncio. Eu agradeci ao saber que, em algum lugar distante, alguém sentia as minhas lágrimas.
(E depois disso, só sei que passei um bom tempo pensando nas falas do filme Escola da Vida... E numa simples e reflexiva frase de O Senhor dos Anéis.
"- Quanto tempo nós temos?
- Não muito!"
"Tudo o que nós temos que decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado!")- Não muito!"
O som baixinho... A luz azulada que entrava pela janela... A minha melancolia e solitude contrastando com as palavras tão cheias de vivacidade daquela companhia...
Só sei que foi assim...
"Na minha solitude
Você me assombra
Com devaneios
Dos dias passados
Na minha solitude
Você me insulta
Com memórias
Que nunca morrem
Sento-me na minha cadeira
E cheia de desespero
Não há ninguém que poderia ser tão triste
Com tristeza em toda parte
Eu sento e olho fixamente
Eu sei que em breve vou enlouquecer
Na minha solitude
Estou rezando
Caro Senhor acima
Mande de volta o meu amor."
A solidão dos olhos de quem vê o tempo através de todas as janelas e horizontes... A solidão de quem carrega todo o tempo do mundo nas mãos, mas não cabe em seu próprio tempo.
Tempo. É para ele que voltaremos agora...
Um tema sempre muito apreciado pela arte! Tantas coisas belas fazem referência ao Senhor da Razão. São músicas, filmes, livros, seriados, pinturas, esculturas, poemas...! E, ironicamente, todos possuem um indiscutível caráter atemporal.
Como me esquecer do poema tão marcante de Manuel Bandeira?
Tempo-será
"A Eternidade está longe
(Menos longe que o estirão
Que existe entre o meu desejo
E a palma de minha mão).
Um dia serei feliz?
Sim, mas não há de ser já:
A Eternidade está longe,
Brinca de tempo-será."
"A Eternidade está longe
(Menos longe que o estirão
Que existe entre o meu desejo
E a palma de minha mão).
Um dia serei feliz?
Sim, mas não há de ser já:
A Eternidade está longe,
Brinca de tempo-será."
Eu poderia passar muito tempo falando sobre as diversas e maravilhosas formas de expressão artística, mas... o tempo é curto!
Limitarei, portanto, esse meu escasso amigo, a algumas belas músicas...
Músicas! Companheiras de toda uma vida... Alimento da alma...
Elas fazem parte de nós mesmos...!
E elas conversam sobre o tempo como ninguém...! Não só em suas letras perfeitas, mas na própria nostalgia que nos fazem sentir sempre que procuramos por elas...
Quem não se lembra deste apelo para parar o tempo?
Ou desta deliciosa resposta ao tempo...
(Maravilhosa Nana Caymmi... e aquela nostalgia que só o Tempo pode trazer!)
Ou, ainda, deste pedido de amigo para que o tempo seja legal...
(Melodia suave na voz de Fernanda Takai... Quem sabe assim o Tempo nos ouça...!)
Mas e quando você percebe que dez anos ficaram para trás...?
Mas e quando você percebe que dez anos ficaram para trás...?
E então você sente aquela imensa vontade de voltar no tempo...
(Há poucos dias tive o privilégio de assistir a mais um show de Flávio Venturini... Quando esta música tocou... ah... eu chorei!
Atire a primeira pedra aquele que nunca quis entrar numa máquina do tempo!)
Pois é...
Mas no final das contas, o que realmente importa, é sentirmos que não foi tempo perdido...
("...Não tenho mais o tempo que passou... Mas tenho muito tempo... Temos todo o tempo do mundo...!!!")
Será que foi?
Um dia eu ouvi esta frase e dela nunca me esqueci:
"O tempo destrói um homem, mas também o faz mais forte."
Eu diria... "O tempo destrói um homem, mas faz com que ele vá de encontro à sua verdadeira essência!"
E as perguntas que ficam são sempre as mesmas...
Quem eu fui? Quem eu sou? Quem eu serei?
Respostas? Uma só:
O Tempo vai dizer...
P.S.: Agradeço a você que leu este primogênito post até o fim!
Agradeço a você que, de alguma forma, se identificou com as minhas palavras!
Agradeço a você que desconsiderou os erros na escrita, preferindo atentar-se à essência do texto.
Não estou me importando muito com o layout do blog neste momento, mas quem sabe eu melhore um pouco a sua aparência quando tiver mais tempo...
Se você gostou dos meus devaneios, isto é o que importa!
Merci et à bientôt!