30 de dezembro de 2013

BEM-VINDO, 2014!


Adeus, 2013!

E então chegamos ao fim...

Foi um longo ano. Foi um ano que passou bem depressa. Foi uma coletânea de aprendizados e autoconhecimento.

2013... 2013... 

O que dizer a seu respeito?

Não foi um ano qualquer! Nenhum ano é um ano qualquer... Mas você foi diferente. Foi muito mais do que uma simples sucessão de dias, semanas e meses... 
Foi um turbilhão de emoções e verdadeiras lições! Foram lutas das quais eu sobrevivi. 

E a primeira anestesia geral a gente nunca esquece...

Em 2013... 

Eu andei pela primeira vez (e última, eu espero) numa ambulância...
Eu me senti amada por uns e odiada por outros...
Eu me senti humilhada e triste, mas também me senti especial e reverenciada...
Eu experimentei sentimentos dos quais nunca me esquecerei...
Eu vivenciei, mais do que nunca, o amor incondicional...
Eu recebi cartas, mensagens e ligações anônimas com ofensas gratuitas...
Eu recebi cartas, mensagens, poemas e ligações de amor e admiração...
Eu estudei e trabalhei duro...
Eu me quebrei diversas vezes...
Eu juntei os cacos e me colei outras tantas vezes...
Eu me perdi e me achei infinitas vezes...
Eu descobri, verdadeiramente, o que gosto e o que não gosto...
Eu percebi, finalmente, que mereço só o que há de melhor na vida...


Ainda sentindo os efeitos do Retorno de Saturno, vivenciei o desfecho de um ciclo. Senti aquela-última-espremida-no-limão-antes-de-jogá-lo-fora! A terra tremeu e assentou-se ao meu redor. 

2013... 

"Você não sabe o quanto eu caminhei pra chegar até aqui... Percorri milhas e milhas antes de dormir... Eu não cochilei.."

Foi o ano em que eu finalmente me encontrei com minha amada Biomedicina!

Quanto tempo de encontro às escondidas...! Quanto tempo!

E, finalmente, nos encontramos... nos olhamos... face a face... e nos descobrimos uma na outra! E eu agradeço a ela por ter estado presente em minha vida durante esse ano... 
Eu agradeço por ter me dado o sopro de frescor e paixão que só ela poderia me dar!





Mas em breve eu dedicarei um post somente a ela... Por hoje, basta apenas o meu eterno agradecimento!


2013... 2013...

O que dizer a seu respeito?

Tantas vezes eu me senti tão fraca!

E no fim eu descobri toda a força que havia em mim!

Como a Fênix, renasci das cinzas! Renasci das cinzas...

E agora você se vai... 

Você me deixa uma cicatriz na barriga... e algumas outras na alma. 

Mas você também me deixa todas as luas brilhantes e maravilhosas que pude contemplar...

Hoje eu me despeço de você. Hoje você se despede de mim.

Obrigada, 2013, por me ensinar a ser uma pessoa melhor e por me mostrar que a força sempre esteve comigo!

Você se despede com medalhas de honra...

Medalhas de guerras travadas, muitas vezes, contra sua vontade...

Agora, a você, só a honra e a memória...
Agora pode descansar para sempre...
Descansará sabendo, a qualquer tempo, que mesmo em meio à toda luta e sofrimento, não perdeu a sua integridade, não se vendeu, não se entregou. 







E quanto a você, 2014, meu querido...

SEJA MUITO BEM-VINDO!!!

Eu espero por você há muito tempo...!







P.S.: Desejo a todos um ano realmente novo! Um ano de alegrias e muito, muito amor!

Agradeço a todos que estiveram ao meu lado nesse ano que está terminando, que me ajudaram quando precisei, que me apoiaram, que me escutaram, que foram pacientes e indulgentes comigo, que me ofereceram amor e amizade, que me ajudaram a compreender coisas que eu não compreenderia sozinha. Muito obrigada!

E agradeço a todos que, por acaso ou intenção, tenham lido meus devaneios nesse finalzinho de ano...!

Para encerrar, como não poderia ser diferente, amorosamente eu compartilho com cada um que passar por aqui, o maior ensinamento que 2013 me deixou...

Nunca se esqueça e nunca pense o contrário...




A força está sempre com você! 





Feliz Ano Novo!

26 de dezembro de 2013

AS CASAS ONDE MOREI...


"A gente cresce num instante. Um dia, estamos de fraldas. Noutro dia, vamos embora. Mas as recordações da infância ficam conosco por muito tempo. Lembro de um lugar. De uma cidade. De uma casa, como uma porção de casas. De um jardim, como uma porção de outros jardins. De uma rua, como uma porção de outras ruas. A verdade é que depois de tanto tempo, ainda me recordo. Foram anos incríveis!" (Kevin Arnold)


Engraçado! Eu não passei toda a minha infância e adolescência na mesma casa, na mesma rua, na mesma cidade... Eu me mudei várias vezes. Entretanto, tenho a sensação de que passei a minha vida toda em cada uma das casas onde morei! Deve ser porque carrego um pedacinho de cada uma delas dentro de mim... e porque também deixei um tanto de mim dentro delas...


(...)


Ah... Eu ainda me lembro daquele piso de caquinhos vermelhos! Eu me lembro do portão branco e baixinho, da umidade nas paredes, da sala escura, do carpete antigo e da cozinha de azulejos verdes! Ela está lá até hoje... Reformada, mas está. No Planalto Paulista, próximo à Saúde, em São Paulo.

Eu me lembro do enorme quintal, com direito a um matagal imenso! (Para uma criança, era uma floresta. Uma floresta encantada!). Naquele matagal, que era a parte de trás do quintal, passei infinitas tardes! Quantos mistérios escondidos em meio àquelas árvores! Quantos cantinhos, flores, passarinhos e bichos esquisitos me fizeram companhia enquanto eu brincava naquele balanço improvisado... Quantas aventuras e histórias! 

Lá eu brinquei, sonhei, chorei, senti medo, me escondi... Lá eu cantei músicas e mais músicas compostas por mim mesma. Lá eu comi as melhores amoras do mundo, colhidas do pé.

Foi lá que meu pai enterrou nosso gato que morreu envenenado. Eu devia ter uns seis anos... Foi a primeira vez que vi meu pai chorar...!

Foi lá que eu berrei para que minha irmã mais velha viesse me salvar de uma taturana que cruzou o meu caminho e me paralisou de medo. (Só para constar, minha irmã me salvou e eu serei eternamente grata a ela por isso! Ainda que ela tenha rido da minha cara por anos e anos).

E o corredor? O maior e mais assustador corredor que eu já vi! 
Eu ainda me lembro... As noites escuras, o frio na espinha, o medo, a cabeça coberta pelo cobertor. E tudo o que eu conseguia pensar era: Por que justo a minha cama tem que ficar encostada na porta, ao lado do corredor!?

Tinha também o "escritório" do meu pai, onde ele desenhava seus projetos e ensaiava com a sua banda. Era lá que eu dançava minhas coreografias próprias, que eu ouvia minhas fitas e discos (A trilha sonora nacional da novela Rainha da Sucata foi o primeiro vinil que ganhei na vida!)... Músicas memoráveis, lembranças inesquecíveis!

E um dia fomos embora...

Eu me lembro do último dia que passei naquela casa... 
Sentada no meio do quintal, na mesma cadeirinha que serviu de mobília em tantas brincadeiras de casinha... Tomando um copo de leite, pensando na vida. Na minha pequena vida. Na vida que eu vivi ali por dez anos, ora assistindo Rá-tim-bum, Mundo da Lua e Glub Glub... ora brincando de Barbie, andando de bicicleta e brincando de elefante colorido na rua...

Lembrava de tudo que acontecera naquele quintal. Das bandeirinhas coloridas e das fogueiras de São João que ali fizemos. Da piscina de lona nas tardes quentes. Das festas de aniversários em que meu pai fazia verdadeiras gambiarras (dignas de MacGyver) para que tivéssemos luz e som... Da bagunça na cozinha enquanto minha mãe fazia bolos na batedeira azul... Da copa onde eu fazia as minhas lições de casa... Da árvore de Natal com luzinhas tão bonitas como nunca mais eu vi! Daquela sacadinha onde eu ouvi pela primeira vez a musiquinha do caminhão de gás... Das chuvas de verão em que minha mãe deixava a gente se molhar... Das vezes em que me debrucei na janela do quarto só para observar a lua cheia e o mato cheio de vagalumes. 

Assim eu me despedi daquele quintal, daquela casa, daquela rua, dos meus amigos e parentes, das histórias e mais histórias que ali vivi...

Mais de vinte anos! 
Mais de vinte anos e, nos meus sonhos, eu ainda moro naquela casa. 




 Em frente à casa com minhas irmãs e uma amiga.




Na sacadinha com minhas irmãs...





 Na copa com minha avó, meu pai, minha mãe e minha irmã.





E para quem não acreditou que parecia uma floresta... Aí está!!! 



Well... Vida de "cigano" é uma aventura... e muitas outras casas vieram depois! 


A primeira casa em que morei quando me mudei para São Bernardo também deixou saudosas lembranças...
Um lindo jardim, um quintal (não tão grande como o anterior, mas bem aconchegante), uma rede na garagem... 
Ali ainda havia inocência... Ali ainda não precisávamos de grade nas janelas... Ali ainda ouvi o disco da Xuxa algumas vezes... 

Foi lá que eu assisti Anos Incríveis e Confissões de Adolescente pela primeira vez!
Foi lá que completei meus 15 anos! 
Foi lá que passei minhas primeiras noites em claro estudando matemática. 
Foi lá que meu pai melhorou de vida e trocou a Brasília pelo Gol. 
Foi lá que eu ouvi pela primeira vez os Smashing Pumpkins! 

Eu nunca me esqueci daquela casa, daquela ruazinha sem muito movimento... Do sonho daquela padaria que ficava na esquina (O melhor sonho que já comi!)... Das tardes com as amigas, assistindo Disk MTV... Do banheiro nos fundos, onde eu chorava escondido todas as angústias dos 12 anos... dos 14 anos... dos 16 anos... Do outro gato que morreu envenenado e, dessa vez, eu que já tinha maior entendimento das coisas ruins da vida, desejei todo o mal ao assassino. Dos paralelepípedos que ainda sobreviviam ao tempo.

Foi uma casa realmente especial!





Com 10 anos, logo que nos mudamos... (Acho que eu era hiperativa!) :p





No quintal com as amigas! (Algumas fotos me fazem pensar que o Tempo foi generoso comigo, apesar de tudo! Rsrs...)





Família reunida na sala, em algum aniversário...


Depois dela veio uma de curta duração, mas que marcou a minha adolescência...

Dela eu fugi no meio da noite para ir à uma festa que minha mãe havia me proibido de ir... 

Nela eu chorei a dor do primeiro namoro desfeito... 

Nela eu assisti ao parto da minha gatinha e me encantei com os filhotes! (Nesta casa nenhum gato morreu! Ufa!)

Mas foi nela que perdi minhas duas avós... Uma (avó materna) justamente no meu quarto, na minha frente, me mostrando que na vida, muitas vezes, simplesmente somos impotentes, não temos poder para impedir que algo ruim aconteça!

Mas foi lá também que ela passou o último Natal da sua vida, junto às suas irmãs (Encontro que há muito tempo não acontecia), junto de nós, ouvindo a trilha sonora da novela Terra Nostra e lembrando de suas histórias de vida! Aquele foi um Natal feliz...

2 anos e meio! Bum! Uma enxurrada de coisas, com direito a festas e funerais! 



Família reunida na sala de jantar... (Eu com cara de "em outro planeta") :p



Com meu tio e minha querida avó, em seu último Natal conosco...




Passou... E lá fui eu mudar de casa outra vez...

Ah... Aquela casa! Difícil falar, sem emoção, sobre a casa onde vivi os melhores anos da minha juventude... 

Como esquecer daquela janela linda na cozinha? A janela lateral... 

Como esquecer das idas e vindas da faculdade? Das noites no quartinho dos fundos, conversando no msn e reencontrando pessoas no orkut... 

Das festas que nunca fiz (Eu já não estava na época de festas de aniversário cheias de gente!)...

Da feira na frente de casa, atrapalhando o entra-e-sai na terça-feira e alegrando a hora do almoço com pastel de palmito... 

Da rua de baixo, do Bar do Bolinho, onde aquele garoto me viu passar apressada e quase caiu da bicicleta!

Da Mary Jane, a gatinha que se convidou para fazer parte da família, e que está conosco até hoje!

Do Belchior e do Zen... Os outros gatos que se tornaram membros da família... (Belchior é meu filho para sempre, mesmo não morando mais comigo!)

Daquele tocador de violão bêbado que cantou "Esqueça" enquanto eu, triste, subia a rua no meio de uma noite qualquer... 

Das aulas de dança-do-ventre que eu treinava sobre aquele carpete de madeira bonito! (Foi a primeira vez que morei em uma casa com carpete de madeira!)...

Das estrelas no céu e das luzes na casa do vizinho-meio-maluco que eu observava da janela do meu quarto...

Do esboço das aflições da vida adulta...

Nela eu também deixei muito de mim... Dela eu também levei muita coisa!




Mais uma vez, família reunida na sala...




A janela da cozinha... onde eu me sentava... e o Zen também! : )





Eu e o Belchior no quintal... Ambos no auge da juventude! : )



E então veio a última casa... A última casa com a família!

Nela eu passei pouco tempo...

A casa onde eu concluí o TCC da faculdade de Pedagogia... 






Com as amigas no meu aniversário de 26 anos... 



Nela eu me despedi da juventude... arrumei as malas e fui embora.

... E para ela eu voltei quando o barco virou!

(Parênteses para esclarecer que, entre a saída e a volta, houve outras três casas...
A casa onde deu-se a reviravolta...
A casa onde o mundo caiu...
A casa onde juntei as coisas e saí...)

Mas essa parte da história a gente pula...

E de volta ao antigo lar...

Aquele quarto nos fundos (Meu primeiro quarto só meu!)...

Primeira impressão do retorno descabido: Socorro! 

Lembranças... Aquelas horas incontáveis de planos para o futuro e a tão ilusória sonhada vida que estava por vir!

Aquelas horas incontáveis de desolação quando voltei de cabeça baixa e olhar perdido...

O mesmo velho quarto...!

Ele me acolheu como pôde e me disse: Chegou a hora de exorcizar os fantasmas! Engula o choro porque você vai perder o medo do escuro! 

Foram meses que pareceram anos... 

Foi o meu tempo Comer, Rezar, Amar.  Foi o meu tempo Sob o Sol da Toscana.

E aí... acabou!




E então eu fui embora... num belo dia de sol! A porta aberta me convidava a sair para uma nova vida! Não guardei o pranto escorrido pelas paredes e nem as angústias dos domingos frios e chuvosos... Dela levei somente o que foi bom... E assim pude deixar somente flores!


De malas definitivas nas mãos, lá fui eu outra vez...

Minha casa! 

Agora eu estou realmente só! 

Bem simples. É o que temos para hoje...

Criei asas. Voei.

Dizem que o início sempre dá medo... Eu concordo.

Medo? Mas que medo carrega um sobrevivente de guerra? Nenhum. Talvez o susto ao ouvir de longe um barulho de qualquer coisa estourando... 

Receio, eu diria. Mas passa! Passa rápido!

Ela é o meu lar agora. A ela todo o meu agradecimento. 
Ela me presenteia com uma bela vista. 
Ela me deixa ver a lua cheia e um lindo nascer do sol. 
Ela me espera, pacientemente, todos os dias. 
Ela parece dizer: Não toque na minha inquilina! 

Nela eu posso cantar todo o meu desafino. Nela eu posso ler. Nela eu posso dançar enquanto penduro as roupas no varal de chão. Nela eu posso escrever. Nela eu posso chorar quando-ta-escuro-e-ninguém-te-ouve. Nela eu posso sonhar novamente. Ou não.

Além do mais, a geladeira é só minha! : P

...E vou vivendo a minha plena solitude! Vivendo com meus três gatos: Íris, Ravi e Amim. (Sim, está comprovado que os animais compartilham o carma com seus donos! "Felinos, façam as malas! Vamos colocar o pé na estrada outra vez!")... Rsrsrs

Nela eu não tenho mais medo do escuro! (A profecia era verdadeira!)
Nela eu sei que grandes coisas acontecerão... 

Eu sei o papel que ela está tendo em minha vida. 
Eu sei que ela é provisória. E eu serei eternamente grata a ela. 



 E com esta vista... do que mais eu preciso?




Entardecer... Sol... Lua... Vento...



Céu e brisa...



Ah... a Lua! Vira e mexe ela vem me fazer companhia... e me encantar!



Sentindo o ventinho da noite e apreciando as luzes... Momento inspirador!




E por tudo isso, eu agradeço a ela... a todas que passaram... e a todas que virão!



Como diria Dorothy...

"Não há melhor lugar que o nosso lar!"







P.S.: Nasci na cidade de Alta Floresta, no Mato Grosso, e lá morei em duas casas... Entretanto, como eu me mudei para São Paulo com pouco menos de 2 anos de idade (um bebê), não me lembro de nada! (Devo ter alguma foto em algum lugar e prometo colocá-la aqui!). Ainda assim, apesar de não ter recordações daquela época, tenho certeza que o clima bucólico da minha terra natal influenciou (e muito) a minha natureza!




Merci et à bientôt!